Desde a Antiguidade, a história do homem na Terra é marcada por tentativas de enxergar mais e melhor. Os primeiros registros históricos sobre a existência de lentes rudimentares foram escritos na China pelo filósofo Confúcio, em 500 AC. Estas lentes primitivas eram feitas de cristais com um polimento tosco e não eram óculos propriamente ditos, como os conhecemos hoje em dia. Acreditava-se que tinham várias propriedades medicinais além de prolongar a vida das pessoas. Tinham força como amuleto, mas ainda eram de uso visual limitado.
Mesmo durante o Império Romano ainda não existiam óculos. Marcus Tulius Cícero, senador de Roma, grande escritor e eloqüente orador, em 62 AC, escreveu uma carta a seu amigo Atticus, mencionando que a idade estava chegando e sua visão vinha diminuindo ao ponto que já não conseguia mais ler sozinho. A solução encontrada foi que Marcus Tulius Cícero teve que comprar escravos especialmente para ler.
Pedras de leituraEmbora Ptolomeu, no Egito, descobrisse leis ópticas fundamentais da refração da luz por volta do ano 150 da era Cristã, somente na Idade Média os monges começaram a desenvolver a chamada "pedra de leitura", segundo as teorias mais aperfeiçoadas do matemático árabe Alhazen, que viveu em Basra aproximadamente no ano 1000 depois de Cristo.
Uma destas primeiras pedras de leitura é representada fielmente no livro e filme de Umberto Eco - "O Nome da Rosa", onde ele mostra bem o grande valor e poder que essas pedras tinham naquela época.
Em 1267, o monge franciscano britânico, Roger Bacon, conhecido como "Doutor admirável", conseguiu demonstrar que pessoas com deficiência visual conseguiam ver melhor através de lentes lapidadas, levando ao Papa um exemplar de uma destas lentes de leitura.
Naquela época, os antigos viajantes que se aventuravam e conseguiam retornar vivos das viagens ao extremo Oriente contavam que os chineses já faziam uso de óculos no início do primeiro milênio da era Cristã. Marco Polo relatou em seu livro sobre suas viagens ao Oriente que óculos eram de uso corrente na China, na corte de Kublai Khan, por volta do ano 1275 AD.